English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Pesquisar este blog

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

XI Encontro Poético em Garça hoje às 20 horas na Câmara Municipal



XI Encontro Poético em Garça hoje às 20 horas na Câmara Municipal

Apresentações teatrais, musicais, sarau de poesia e prosa, homenagens e sorteio de livros são as atrações desta noite dedicada a Poesia

Hoje a partir das 20 horas acontece na Câmara Municipal de Garça o XI Encontro Poético com várias atrações artísticas. 

O Encontro Poético foi feito no ano de 1997 por um movimento de poetas locais. Participaram daquela noite na Concha Acústica do Lago Artificial os poetas Letterio Santoro, Luiz Maurício Teck de Barros, Gentil Gallis, Kleber Ragaci, Luciano de Jesus, Gilberto Pieretti e Maristela do Carmo. Ao todo, participaram dez poetas de Garça e da região, abrangendo as cidades de Marília, Pompéia, Osvaldo Cruz e Gália. As poesias declamadas na noite de 29 de julho de 1997 foram recolhidas no livro “Antologia Poética dp Primeiro Encontro Poético em Garça”

 O Encontro Poético, a partir da terceira edição, passou a homenagear um poeta ou escritor garcense falecido, o primeiro deles foi Cesarino Avino Sêga, em 1998, e o segundo homenageado foi o Odilon Izar, no ano 1999. No entanto, o Encontro Poético foi interrompido no ano de 2000 e só tornou a ser realizado no ano de 2004, quando homenageou o poeta Gentil Gallis.

No Encontro de 2004, entre os participantes, estava um garoto de 11 anos que disse aos presentes que participava da APEM, a Associação dos Poetas e Escritores de Marília. A participação deste garoto fez com que alguns dos presentes criassem no início de janeiro a APEG, a Associação de Poetas e Escritores de Garça. A partir de 2005 a APEG passou a realizar o Encontro Poético.

O Encontro Poético que acontece hoje a partir das 20 horas fará a sua décima homenagem a um poeta e escritor falecido, e será o sétimo a ser realizado sem interrupções.

Segundo o presidente da associação, Fagner Roberto Sitta da Silva, o encontro desta noite está repleto de atrações, além da tradicional homenagem ao escritor e poeta falecido e o sarau de poesia e prosa, o evento será aberto pela Troupe Teatral Imagem/Ação numa apresentação feita pelos atores Edilson, e Sinara Saccá, liderada pelo diretor Luiz Cabral e colaboração da atriz Duliana Peres.

É a segunda vez que o Encontro acontece na Câmara Municipal de Garça. A primeira vez foi no ano de 2006 e o poeta homenageado foi Gilberto Pieretti, naquela noite se apresentou o grupo Taboca de Viola da cidade de Marília e entre os poetas que declamaram seus escritos estavam os membros da Associação dos Poetas e Escritores de Marília.

Também estará se apresentando no Encontro o cantor e violonista mariliense João Vitor. O músico que faz parte dupla Victor e Alexandre, cantará para os presentes no Encontro o que há de melhor no estilo Sertanejo Universitário. Também estará gravando dentro de alguns meses o seu primeiro CD em Maringá.o músico tocou nos bares de Marília como o Pizza Frita, Canto Brahma e Petiscaria Sol Nascente. O cantor se apresentou com sucesso em evento ocorrido recentemente e promovido pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de Garça.

E também, entre as apresentações da noite, está o poeta e violeiro Luiz Idálgo cantará para os presentes o que há de melhor na música caipira e sertaneja. Luiz Idálgo é pesquisador da musica sertaneja de raiz, participa do ¨Viola da Hora¨, é membro da APEG, publica seus trabalhos desde 2007 e atualmente é Vice-Presidente da Associação e membro do Conselho Municipal de Cultura de Garça. Seu repertório é baseado em músicas sertanejas de raiz, religiosas, populares e folclóricas.

O Encontro Poético desta quinta-feira homenageará o poeta Alcyr da Rosa Lima. O poeta que também foi jogador de futebol, que foi grande professor de nossa cidade, falecido na década de 70 e que tem um nome batizando uma escola de nossa cidade será o nono homenageado do Encontro. Nesta noite os poetas locais estarão celebrando a poesia e a vida do professor Alcyr, relatando trechos de sua vida, homenageando o professor, o jogador do Garça Esporte Clube, lendo trechos de suas poesias publicadas em jornais e entregando à família do homenageado um certificado referente à data da homenagem.

Dentre os homenageados contam-se os nomes de Lydia Guimarães Ginde, Gentil Gallis, Emília de Carvalho e Gilberto Pieretti que também participaram das primeiras edições do Encontro Poético.

Serão sorteados para os visitantes livros de Letterio Santoro, entre eles, Lições das Cerejeiras e Sonetos da Vida Inteira, e a coletânea de poemas e crônicas Todos Cantam Sua Terra III, que é uma antologia de trabalhos dos associados da APEG.

E para fazer jus ao nome do evento, será feito um sarau com os trabalhos inscritos durante o mês de outubro na Galeria Municipal Edth Nogueira Santos.

Finalizando, os associados APEG gostariam de agradecer a todos que contribuíram para a realização deste XI Encontro Poético, a todos que contribuíram com dados para as homenagens a Alcyr da Rosa Lima; aos familiares do poeta; à Câmara Municipal de Garça, vereadores e funcionários, pela cessão do espaço para a realização do evento; ao João Julião da Galeria Municipal Edith Nogueira Santos que disponibilizou o local para as inscrições; aos artistas que estarão se apresentando; à imprensa garcense - o Jornal Comarca de Garça, o site Garça Online, as rádios Centro-Oeste e Universitária - pelas reportagens vinculadas durante o mês de outubro; a todos que participaram direta ou indiretamente para a realização do evento.

Toda a comunidade garcense está convidada para este evento promovido pela Associação de Poetas e Escritores de Garça.

Texto: Fagner Roberto Sitta da Silva

domingo, 17 de outubro de 2010

Soneto - Fagner Roberto Sitta da Silva


Soneto
                                  
Fagner Roberto Sitta da Silva


                                                  "En la noche dichosa
                                                  en secreto, que nadie me veía,
                                                  ni yo miraba cosa,
                                                  sin otra luz y guía,
                                                  sino la que en el corazón ardía."
                                                  San Juan de la Cruz (1542 - 1591)


                               Te levo junto ao peito igual medalha
                               milagrosa de minha devoção,
                               pois tua presença espanta a solidão
                               fazendo leve toda a minha tralha.

                               Não te levo escondida sob a malha
                               que cobre o largo peito, o coração,
                               mas como chama, luz na escuridão,
                               que abre caminho e pelo mundo espalha.

                               E toma corpo feito incêndio, fogo
                               que arde mas não consome; sarça ardente
                               ora parece o meu olhar que logo,

                               feito farol dentro da noite escura,
                               vai projetando luz que, de repente,
                               mostra ao mundo este amor que se inaugura...

                                                        22 de setembro de 2010.

Soneto publicado no site do Recanto da Letras.


Fagner Roberto Sitta da Silva, é presidente da APEG, 
poeta e artista-plático. 


Conheça a programação musical do 11º Encontro Poético em Garça



A APEG- Associação de Poetas e Escritores de Garça promoverá no próximo dia vinte e um(21) de outubro , o tradicional Encontro POÉTICO EM Garça. Na sua décima primeira edição o Evento homenageará o poeta, pedagogo e esportista Alcir da Rosa Lima.
O acontecimento cultural acontecerá na Câmara dos Vereadores de Garça, a partir das dezenove horas e contará com a declamação de poesias inéditas dos membros da APEG e das pessoas que se inscreveram para participar do evento, que resultará em livro a ser lançado .
Conheça a parte musical do 11º Encontro Poético em Garça:

JOÃO VICTOR

Da dupla Victor e Alexandre, que gravarão o 1º CD em Maringá nos próximos meses desse ano.O autor tocou nos bares de Marília como o Pizza Frita, Canto Brahma e Petiscaria Sol Nascente.
O cantor se apresentou com sucesso em evento ocorrido recentemente e promovido pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de Garça.

LUIZ IDÁLGO

Artista garcense, pesquisador da musica sertaneja de raiz, participa das edições do ¨Viola da Hora¨, poeta membro da APEG, publica seus trabalhos desde 2007 e atualmente é Vice-Presidente da Associação , além de membro do Conselho Municipal de Cultura de Garça.Seu repertório é baseado em músicas sertanejas de raiz, religiosas, populares e folclóricas.Participa de diversos livros da APEG.

Texto: Luiz Maurício Teck de Barros

sábado, 16 de outubro de 2010

Encontro Poético 

Cartaz do XI Encontro Poético
(criação: Fagner Roberto Sitta da Silva)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


M I R A N T E - O Mestre

Letterio Santoro

(A todos os Mestres no Dia do Professor)

Quando o pobre Dante se viu angustiosamente só na selva selvagem, e se considerava já perdido em meio aos animais ferozes, apareceu-lhe, de modo imprevisto, o Mestre Virgílio. Seu coração se consolou, e uma disposição nova lhe invadiu o ânimo abatido. Tanto que aceitou o convite de Virgílio para uma viagem surpreendente aos submundos das Paixões humanas.

Lá se foram eles pelos caminhos infernais, perdidos em meio às trevas e ao choro pungente dos infelizes condenados. O Mestre, a pouco e pouco, foi mostrando ao discípulo, atento e assustado, o ridículo apavorante a que chegam os homens, quando submetem a inteligência ao desejo. E Dante viu com horror que o pano de fundo de todas as Paixões era sempre a escuridão e as lágrimas.

Mas o Mestre não se satisfaz com lhe apresentar apenas as descidas escorregadias da triste vida. Leva-o também por íngremes caminhos pedregosos que desanimavam os olhos do principiante, mas que o iam tornando sempre mais feliz. "- Que procuras aqui?" - perguntou a Dante um velho austero, de longas barbas honestas. A que responde o Mestre pelo discípulo atônito: "- Vai buscando Liberdade!" Pois o caminho da Liberdade é feito de Sofrimento. Virgílio e Dante avançam assim pelas angústias da ascensão interminável, ao longo da qual descobriam, aqui e ali, homens antigos e novos em expiação.

Animou-se com eles o discípulo, e se dispôs a ir além, sem parar, apesar da dor pungente da subida. Até que, por fim, chegaram ambos ao fim da caminhada. O discípulo havia passado por duras provas, e conseguia já por si mesmo coroar-se dos louros da vitória. O Mestre percebeu que o seu momento tinha vindo - um momento ao mesmo tempo difícil e necessário. O antigo menino apavorado conhecia já os caminhos fáceis e terríveis da Paixão. Conhecia também os caminhos dolorosos do Sofrimento. Possuía tudo para ser finalmente livre como sempre sonhara.
Foi então que Mestre Virgílio, o doce Pai, o inigualável Amigo, se afastou em silêncio de repente, e às escondidas do discípulo amado. Ao se ver atraído por mundos superiores de Verdade e Bem - mundos que estão acima da Paixão e do Sofrimento - o persistente Dante volta-se para o Mestre à espera ainda de um aceno, de uma opinião. E, ao dar com a ausência de seu amparo, o espírito se lhe perturba e o coração lhe punge. Mas compreende ali o papel sempre limitado e transitório do Mestre.

E admira-lhe principalmente a inusitada retirada: em silêncio! O discípulo conseguia já andar sozinho. Se o Mestre continuasse, lembrar-lhe-ia sempre a condição de dependência que não lhe convém mais. Quando o aluno se liberta, o Mestre termina a sua missão. E desaparece em silêncio.

Ao longo de toda a vida, porém, principalmente em momentos decisivos, o discípulo Dante haverá de recordar sempre o seu amado Mestre Virgílio, que o ajudou a ser livre.


Texto publicado no site Garça Online 
no dia 15 de outubro de 2010 .


Letterio Santoro, é aposentado, poeta, 
cronista e membro da APEG

MIRANTE - Hermenêutica do Discurso Político 

Letterio Santoro

Gosto de Política, enquanto busca do bem comum, mas não gosto de todos os políticos. Na Política, porém, aprecio com particular interesse os discursos, embora muitos sejam, às vezes, contraditórios com a prática. Talvez sejam estas as duas razões explicativas de meu inveterado hábito de freqüentar as sessões ordinárias semanais da Câmara de Vereadores de Garça, e de minha participação em Partido político (PT). Se não houvesse o discurso, não haveria a Política. Se não houvesse a Política, a sociedade desapareceria no caos.
Falemos um pouco do discurso político, inevitável durante os entendimentos interpartidários da campanha eleitoral, para depois tentar uma hermenêutica, isto é, uma possível interpretação desse discurso. Pouco mais de dois anos atrás, em maio de 2008, membros do Partido dos Trabalhadores (PT) vivíamos em Garça a primeira experiência concreta de coligação com outros partidos políticos, tendo em comum o fato de serem oposição ao PSDB, ao DEM e ao PTB, no poder até fins de 2008. Não exigíamos nada em troca, o que admirava alguns companheiros de coligação. 

Durante os entendimentos interpartidários, de fevereiro a maio de 2008, registrei, por exemplo, do companheiro Rodrigo Funchal, em 21.02.08, o seguinte pronunciamento diante dos presentes na reunião de preparação: "Quando eleitos, é o grupo que vai dirigir", no sentido de governar. Naquele começo de negociação, quem seria o grupo? Certamente os partidos e as pessoas que ali estavam. Já em 28.02.08, diante de 26 pessoas de nove partidos, Cornélio Marcondes, sem ser ainda candidato, proclamava: "Ninguém ganha nem governa sozinho: todos governando". Todos entenderam o que o então Vereador Cornélio queria dizer. 

Mas o discurso mais claro e específico do já pré-candidato da coligação de oposição ao governo do PSDB, todos o ouvimos na sala de minha casa, no dia 01.06.08, diante do Deputado Estadual José Cândido. À pergunta de como via o PT na Administração Municipal, Cornélio Marcondes assim respondeu: "O que se promete tem que ser cumprido: o PT fará parte da Administração...O PT e o PMDB (parte do partido que optou por Cornélio) estão no mesmo nível". 

Definidos enfim os candidatos a cargos majoritários e aos proporcionais, e iniciada a campanha eleitoral propriamente dita, percebemos que os partidos coligados não mais se reuniram como na fase preparatória. Começara a guerra da caça aos votos, e cada candidato aplicava a sua própria estratégia para ser eleito. Eleitos, no dia 05.10.08, os representantes de nossa coligação aos cargos de Prefeito, Vice e Vereadores, os partidos foram de todo esquecidos, especialmente o PT de que dependeu não apenas a campanha, mas principalmente a vitória. Nunca mais houve reunião. Nem para avaliar a própria campanha. Sentimo-nos mais do que esquecidos - abandonados. Nem reunião de partidos, nem contato pessoal com os eleitos. O Secretariado foi sendo escolhido, e o PT sempre mais preterido. Parecia que as duas falas de Eduardo Davi (05.03.08) e de Rodrigo Funchal (dias depois) sobre o despojamento de nosso partido nessa primeira experiência concreta de coligação tinham conseguido influenciar mais o Prefeito eleito do que todos os outros pronunciamentos sobre a participação conjunta no governo.

Passados dois anos, vencido o pleito, escolhido o secretariado, empossados todos, e feitas inclusive as reformulações no governo municipal, compreendemos a admiração de alguns na época em relação ao PT, e percebemos, depois, muito mais a nossa intolerável (digo-o agora) ingenuidade política. Porque todos os partidos da coligação, e até do PMDB que optou por apoiar o candidato da situação (Lico), foram contemplados com secretarias, menos o PT, de quem dependeu fundamentalmente a vitória do Prefeito Cornélio Marcondes. Não era o cargo em si propriamente que nos interessava. Incomodava-nos mais o abandono a que fomos relegados não apenas o PT, mas outros companheiros da coligação. Tínhamos a sensação de ter sido tão somente usados.

Diante da constatação, pus-me a construir uma hermenêutica do discurso político, isto é, uma possível interpretação que me explicasse a própria contradição. A hermenêutica me mostra um aspecto quase cruel do discurso político. Se você, leitor, analisar o atual secretariado sem a participação do PT, perceberá que a contradição entre o discurso e a prática é apenas aparente. Quem de fato governa hoje em Garça? É o grupo político de Cornélio Marcondes. Com a exceção inconformada do PT, parece que todos os outros partidos da coligação foram atendidos, especialmente os rebeldes do PMDB, que oficialmente foi para o lado do Lico. O secretariado atual de Cornélio é composto por membros desse grupo, mais próximos dele há muito mais tempo que os do PT. É questão de confiança. Assim, o PT de Garça está no poder (Vice-Prefeito), mas não no governo. E tem mais: com exceção da referência explícita de Cornélio quando da visita do Dep. José Cândido, todas as outras referências são genéricas, e, portanto, se enquadram na do grupo primitivo de sua confiança. Mais ainda: o mandato ainda não terminou, podendo a promessa ser cumprida nos dois anos restantes. E tem mais: eu estou satisfeito com o quinhão recebido; meu partido é que ainda não está. E com razão. Comportamo-nos em 2008 como uma donzela prendada que se deixou seduzir e foi depois abandonada. Em 2012, com certeza, a ingenuidade cederá lugar à malícia. A experiência da primeira coligação será lembrada numa próxima, se próxima houver.

Apesar dessas aparentes contradições do discurso político, gosto da Política e de seu discurso. A Política é a arte do possível. Ela muda como as nuvens. E eu gosto de ver as nuvens mudando de figura no céu.

Texto publicado no site Garça Online 
no dia 09 de outubrode 2010 .


Letterio Santoro, é aposentado, poeta, 
cronista e membro da APEG

A história da 9ª arte: a saga das histórias em quadrinhos - 1ª parte 


Luiz Maurício Teck de Barros

A jovem mãe zelosa e ali estudante da disciplina Biblioteca e Literatura aproximou-se desse que escreve, e então professor do Curso de Pedagogia no Estado do Mato Grosso do Sul, e colocou a sua preocupação: a intensa dedicação do filho ás leituras das populares Histórias em Quadrinhos. 

Diante de sua aparente surpresa , não só afirmei a validade do comportamento do garoto , como comentei que as histórias em quadrinhos fariam parte da Ementa que iríamos desenvolver no Curso, naquelas aulas animadas e participativas das Quintas-feiras,com o valioso auxílio da Literatura Brasileira e sua produção em Quadrinhos. 

Desde muito cedo, e por muitos, as Histórias em Quadrinhos eram tidas como uma subliteratura, sempre com depreciativos adjetivos a serviço da deformação intelectual dos jovens, fato que o tempo tratou, com resistências , de reverter esse conceito preconceituoso, ora sempre quem lê, cria, imagina, desperta sua sensibilidade,pois as Histórias em Quadrinhos são a fusão das Artes Plásticas e Da Literatura.

E o Brasil, vanguarda nessa História , organizou em 1951 em São Paulo , a Primeira Exposição Internacional de História em Quadrinhos, a valorizar essa brilhante cultura com o dinamismos dos jovens Álvaro de Moya, Miguel Penteado, Reynaldo de Oliveira, Jayme Cortez e Syllas Roberg. Comemoraremos então, no próximo junho, sessenta anos desse pioneirismo, que teve participação das obras dos autores clássicos que participaram do evento como Hal Foster, Alex Raymond , Milton Cannif e Will Eisner, com desenhos maravilhosos do Príncipe Valente, Flash Gordon etc. 

O Brasil teve grandes Editoras que contribuíram decididamente para a afirmação dessa História em terras locais, e a Ebal e a Rio Gráfica foram duas gigantes nesse aspecto. A primeira Revista de Quadrinhos do Brasil foi a Tico-Tico, que nasceu em 1905 e permaneceu por diversas décadas a encantar as várias gerações de leitores. Maurício de Souza com a Turma da Mônica, Ziraldo com a Turma do Pererê, Henfil e o destemido Pasquim, o terror sobrenatural com tintas nativas de Spectro. A Editora Abril e o Zé Carioca em 1950. 

Poderíamos mencionar diversos momentos e inesquecíveis autores e não teríamos esgotado o tema , construído com o idealismo de muitos e em permanente construção.

Texto publicado no Jornal Comarca de Garça 
no dia 7 de outubro de 2010 na página 2.


Luiz Maurício Teck de Barros, é Sociólogo, Técnico em Desenvolvimento 
Social e Membro da APEG


APEG abre inscrições para o Encontro Poético


A Associação de Poetas e Escritores de Garça (APEG) abriu inscrições para o XI Encontro Poético. O evento, que nesta edição ocorre na Câmara Municipal, tem por objetivo mostrar a produção literária de Garça e região, foi criado por um movimento de poetas locais liderado por Letterio Santoro e Luiz Maurício Teck de Barros. Ocorreu pela primeira vez em outubro de 1997, prosseguiu sem interrupções até o ano 2000, retornou no ano de 2004 e segue sem interrupções até este ano. 

O Encontro Poético de Garça de 2004 foi um marco pois deu origem a APEG. Na ocasião, um menino de 11 anos leu seus poemas informando que participava da APEM (Associação de Escritores de Marília). Diante disso o grupo de poetas e escritores de Garça e região resolveu criar a APEG no início de 2005. Neste encontro também estarão participando membros da APEM com seus trabalhos. Segundo o presidente da APEG, Fagner Roberto Sitta da Silva, os interessados em participar do Encontro, com produções próprias, podem retirar as fichas de inscrição na Galeria Municipal Edith Nogueira Santos, localizada na rua Minas Gerais n° 180, até o dia 16 de outubro. 

Além dos dados a serem preenchidos, que são nome, endereço, e contato, também há um espaço para uma mini biografia. Com dados preenchidos e anexado um poema, artigo, conto ou crônica o participante deixará a ficha de inscrição na Galeria Municipal. O objetivo do preenchimento destes dados, como informa o presidente da APEG, é a publicação de um livro com as homenagens feitas no encontro, mais os trabalhos de poetas e escritores participantes do Encontro. 

Os que estiverem fazendo as inscrições também poderão prestigiar na Galeria Municipal durante esta semana a exposição de Artesanato do Bazar São Francisco, que durará até o dia 9 de outubro. 

O Encontro Poético que chega a sua décima primeira edição terá como homenageado o poeta, jogador de futebol e professor Alcyr da Rosa Lima e será realizado na Câmara Municipal de Garça na noite de 21 de outubro das 20 às 22 horas. Alcyr da Rosa Lima é o nono homenageado do Encontro Poético, e como vem ocorrendo desde 1999 o seu nome se juntará aos de Odilon Izar (1999), Cesarino Avino Sêga (2000), Gentil Gallis (2004), Gilberto Pieretti (2005), Lydia Guimarães Ginde (2006), Ari Lima (2007), Emília de Carvalho (2008) e Dalva Magalhães Parreira (2009), e que lembrará do Ceci poeta, jogador e professor em nossa cidade. Desses homenageados alguns participaram das primeiras edições do encontro: Gentil Gallis, Lydia Ginde, Emília de Carvalho e Gilberto Pieretti. Durante a noite do Encontro serão feitas homenagens ao patrono desta edição com leituras de poemas de Alcyr, entrega de certificados a familiares, depoimentos de pessoas que conviveram com o poeta, com o professor e com o jogador. 

E na segunda parte do Encontro será feito um grande sarau onde poetas e escritores de Garça e região farão a leitura de textos próprios e, ao final, apresentações musicais que ficarão a cargo do poeta e violeiro Luiz Idálgo, do poeta e violinista Carlos Eduardo Lopes e do cantor e violonista mariliense João Vitor. 

As inscrições também podem ser feitas por e-mail (fagnerroberto@gmail.com) solicitando ao presidente a ficha de inscrição. Apenas lembrando que as inscrições são para o sarau de poesia e prosa que será feito na segunda parte do Encontro e para a publicação de um livro com os textos, não se trata de um concurso, pois o objetivo do Encontro comunhão entre poetas e escritores da cidade e região. Todos os poetas e escritores de Garça e região estão convidados para este evento promovido pela Associação de Poetas e Escritores de Garça.



Texto de Fagner Roberto Sitta da Silva
no dia 6 de outubro de 2010 
e no site do Garça Online 
em 5 de outubro de 2010.


M I R A N T E - Bíblia: Meu livro de cabeceira

Letterio Santoro

A Igreja Católica, ao longo do ano litúrgico, lê e procura viver a Palavra, tanto do Antigo, quanto do Novo Testamento. Mas, no mês de setembro, a Igreja Católica, de modo particular, comemora o mês da Bíblia. E por quê? Porque, no dia 30 de setembro, celebra-se a festa de São Jerônimo, conhecido como o Doutor Máximo, por sua dedicação ao estudo da Sagrada Escritura. Ele viveu em função da Palavra de Deus, traduzindo-a, em seu tempo, na edição Vulgata.

Pois foi no dia de São Jerônimo, em Roma, no Colégio Pio Brasileiro, que providencialmente descobri a alegria da leitura da Bíblia em grupo. Desde a infância, e até o início da juventude, eu ouvia e lia a Palavra, mas individualmente. Naquele dia, porém, convidado pelo mano José Pedro, digno representante do povo nordestino, pusemo-nos a ler juntos, diariamente, um trecho da Escritura. E começamos pelo Primeiro Livro dos Macabeus, a fim de nos animar a viver a fé, como aqueles heróicos filhos do povo de Israel viveram a sua em tempo de perseguição religiosa. Tão marcante foi a data para mim que escrevi, à tinta, acima do título do livro, a seguinte observação: "Começado no dia de São Jerônimo - 30.09.63".

Depois continuei em casa de meus pais e em minha própria família a leitura dos mais diversos livros da Bíblia, ora individualmente, ora coletivamente. Afinal, a Sagrada Escritura é uma pequena, preciosa, variada biblioteca, pois isto significa a palavra Bíblia, plural grego de biblon (livro). São 73 Livros, assim distribuídos: 46 do Antigo Testamento, e 27 do Novo. Ao longo do tempo, fui descobrindo meu próprio método de leitura, pois não convém, leitor benévolo, no caso da Bíblia, lê-la, em sequência, do primeiro (Gênesis) ao último livro (Apocalipse). Simplesmente por não ser um único livro, e conter dentro de si diversos gêneros literários (história, conto, poesia, carta, bilhete). Em função disso, e para entender melhor os diversos livros, fui adquirindo comentários de especialistas que me explicavam o texto, o contexto e o pretexto em que foram escritos. Esses livros foram sendo compostos ao longo de mil anos, por autores humanos de determinada região, de cultura, língua, costumes diferentes dos nossos. E como compreender hoje, milênios depois, a mensagem de Deus transmitida ao povo de Israel na Antiguidade, sem um entendimento aproximado de seu ambiente e da mentalidade daqueles tempos? Através da leitura paralela dos especialistas passei, aos poucos, da leitura ingênua para a leitura crítica da Bíblia.

Eu sei que para aprender e viver a mensagem central da Sagrada Escritura não seria preciso ler nem os livros da Bíblia: bastaria "Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo." Acontece que somos seres humanos, precisamos de modelos, de estímulos. Avançamos devagar. Mal comparando, como a Língua Portuguesa vai sendo aprendida desde o prézinho até a Universidade, assim a Palavra de Deus precisa ser conhecida com sempre mais profundidade. Diz o Concílio Ecumênico Vaticano II, na Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina: "Deus na Sagrada Escritura falou através de homens e de modo humano...As palavras de Deus, expressas por línguas humanas, se fizeram semelhantes à linguagem humana, tal como outrora o Verbo do Pai Eterno, havendo assumido a carne da fraqueza humana, se fez semelhante aos homens." Quanto mais pudermos estudar e compreender a mensagem do Pai, para vivê-la com mais paixão, melhor para nós e para todos.

Foi pensando nisso que um pequeno grupo de cristãos católicos de Garça se reúne, há já três anos, toda semana, para pedir ao Espírito Santo as suas luzes, ler com atenção um livro da Bíblia por vez, e em seguida ler algum comentário para a melhor compreensão da Palavra. Provamos a cada encontro a mesma alegria interior que eu provara nos tempos de Pio Brasileiro. Por tudo isso, a Bíblia é meu livro de cabeceira.

Texto publicado no site Garça Online 
no dia 30 de setembro de 2010 .


Letterio Santoro, é aposentado, poeta, 
cronista e membro da APEG
Reunião da APEG neste domingo

Foto: Encontro Poético de outubro homenageará Alcyr da Rosa Lima, o Ceci (da esquerda para a direita é o penúltimo agachado, numa foto da década de 50 do Garça Esporte Clube cedida por Tico Cassola).

Neste domingo, a partir das 15 horas, acontece mais uma reunião mensal da APEG (Associação de Poetas e Escritores de Garça) na sala de audiovisual da Biblioteca Pública Municipal de Garça Dr. Rafael Paes de Barros. 

Integram a pauta da reunião o XI Encontro Poético de Garça, a criação de um clube de cinema, um vídeo sobre Histórias em Quadrinhos, as reuniões feitas durante o mês sobre a Academia Garcense de Letras, o lançamento de mais uma nova obra e o sarau de poesia e prosa. 

Conforme informou o presidente Fagner Roberto Sitta da Silva, no mês de outubro a APEG, pela sexta vez consecutiva, estará realizando o Encontro Poético. Este encontro nasceu de um movimento literário no final da década de 90 e começou a ser realizado no ano de 1997, sendo interrompido no ano 2000. Com a sua volta no ano de 2004 os antigos realizadores do evento e mais alguns dos que ali se conheceram, criaram a Associação de Poetas por conta da visita de um menino de 11 anos que participava da Associação dos Poetas e Escritores de Marília, a APEM. Nesta edição que ocorrerá na noite de 21 de outubro será homenageado o poeta, professor e ex-jogador de futebol Alcyr da Rosa Lima. 

O evento que será realizado novamente na Câmara Municipal de Garça – o outro foi no ano de 2006 -, terá apresentações musicais como o instrumentista mariliense João Victor, que se apresentou recentemente em Garça num evento promovido pela Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social, e do poeta e violeiro Luiz Idálgo, vice-presidente da APEG, e de outro membro da associação, o jovem violinista Carlos Eduardo Lopes. Será feito um grande sarau com obras próprias dos poetas e escritores da APEG e de outros que poderão se inscrever em breve para o evento.

Alcyr da Rosa Lima é o nono homenageado do Encontro Poético, e como vem ocorrendo desde 1999, o seu nome se juntará aos de Odilon Izar (1999), Cesarino Avino Sêga (2000), Gentil Gallis (2004), Gilberto Pieretti (2005), Lydia Guimarães Ginde (2006), Ari Lima (2007), Emília de Carvalho (2008) e Dalva Magalhães Parreira (2009) e que lembrará o Ceci poeta, jogador e professor da cidade. Na pauta desta reunião também será discutida a instalação de um clube de cinema, num projeto feito por Luiz Maurício Teck de Barros. No projeto de criação deste cineclube, já foram levantados os dias propícios para as suas apresentações, que serão quinzenais, e sempre as quintas-feiras, sempre exibindo filmes de alta qualidade e raros. 

Os membros da APEG estarão falando sobre as reuniões feitas durante o final do mês de agosto e neste mês de setembro, para levantamento de sugestões para a incrementação do projeto de lei do vereador Júlio Cesar Kemp Marcondes de Moura que criará a Academia Garcense de Letras. Junto com estas sugestões levantadas pelos membros da APEG, também estão a indicação de nomes para os patronos das cadeiras da academia, que por sugestão da APEG seriam paritários, com nomes garcenses junto com nomes nacionais e o encaminhamento do projeto para a apreciação do CMC (Conselho Municipal de Cultura de Garça). Nesta reunião de domingo a associação também estará recebendo mais uma nova obra para a sua biblioteca. Trata-se do segundo volume da antologia Lições das Cerejeiras, de Letterio Santoro, que é o nono lançamento do poeta neste ano. 

Para o vídeo de estudo deste mês foi separado, a pedido dos próprios membros da associação, um vídeo do programa Entrelinhas da TV Cultura que trata de literatura e histórias em quadrinhos. 

E durante um assunto e outro da pauta será feito um sarau de poesia e prosa com trabalhos dos associados. A Associação de Poetas e Escritores de Garça (APEG) se reúne sempre aos quartos domingos de cada mês na sala de áudio e vídeo da Biblioteca Municipal Dr. Rafael Paes de Barros, das 15 às 17 horas. Para maiores informações a associação possui um site hospedado no endereço eletrônico http://apeg.letras.vilabol.uol.com.br com fotos, biografias, notícias, boletim on-line, trabalhos dos associados e um blog no endereço http://apegletras.blogspot.com com as notícias da associação e trabalhos de seus membros. As reuniões da APEG são abertas ao público, e todos os interessados estão convidados para conhecer os trabalhos e os membros da Associação de Poetas e Escritores de Garça.

Texto de Fagner Roberto Sitta da Silva
no dia 25 de setembrode 2010.


Correspondência entre amigos – Parte 4
 UMA PAUSA PARA OS RECLAMES


Veridiana Sganzela Santos

Já é sabido que a Internet, entre outras coisas, é um poço interminável de bobagens, sacanagens e afins. Mas também é uma ferramenta indispensável para os saudosistas oitentistas como Fagner e eu. Primeiro porque, mais uma vez, trocamos mensagens orkutianas sobre essa “charrete que perdeu o condutor”, como diria Raul Seixas. Segundo porque reviramos o YouTube em busca de propagandas, clipes e programas dos quais guardamos ótimas lembranças. Mensagem de lá, mensagem de cá, convenientemente, mais uma vez, eu noto que isso poderia render outro texto. Então, para quem é da época do creme rinse, dos tênis Iate e dos batons Boka-Loka, creio que essa nossa conversa vai fazer algum sentido:

[Fagner] - Viu os vídeos que eu adicionei sobre a década de 80? Ia colocar alguns de comerciais que eu estava vendo no YouTube que é da nossa época... Tinha até achado um que eu nem me lembrava mais que era dos Trapalhões fazendo a propaganda do Chester Perdigão... Lembra daquela do "Habemus Chester"? (...) Achei umas que parecem com aquelas que passam no Pica Pau, lembra? O episódio chama-se "Propaganda Super", aquele que tem a do "Dentifrício Alegria... quatro cores diferentes combinando com a pele!". (...) Na época devia ser uma sensação, o cara fala no final que "Toddy fortifica!" Tá? Nem tinham preocupação com calorias naquela época...


[Eu] - Essa do Toddy "é gostoso, fortifica e é econômico" tem de tudo! Até cara bombado! Hahaha. Mas você reparou numa das moças da propaganda? Era a Norma Bengell! Ela era linda né? Mas gostei mesmo da latinha do Toddy, que bonitinha. E sim, tem mesmo cara das propagandas que passavam naquele episódio do Pica-Pau em que ele assistia a um programa cheio de merchans! Além do Dentifrício Alegria, eu me lembro das "Pastilhas Fininho - tome uma e fique fininho mesmo!" – Agora essa propaganda dos cotonetes com esse homenzinho azul saindo do banho é clássica!
Quer outra? Camisas Pool "Bonita camisa, Fernandinho!" - eu achava esse tal Fernandinho um nerd, com cara de que era super explorado naquela empresa.


[Fagner] – (sobre uma propaganda secular da Coca Cola em que se falavam – demoradamente - nomes de vários instrumentos musicais) Agora diz se você compraria esse produto por causa dessa propaganda... “Este é o reco-reco!”... aiaiaiaiai Isso é bem parecido com o que é a do guaraná Dolly hoje... Levou tempo até chegarem no "Pipoca na panela...". Pior é que não inventaram outra melhor do que a do Guaraná Antártica.

[Eu] – O que é essa propaganda? Como a TV tinha tempo para jogar fora! Como as propagandas eram demoradas e nada objetivas! Nossa, que sossego! Para se chegar à Coca-Cola o cara apresentou tudo que era instrumento musical - tocados, aliás, por uns tiozinhos vestidos de “malandros”, mas com uma cara de canseira... sinal que a Coca-Cola não deixava as pessoas tão ligadonas naquela época haha (...) Vixe, as propagandas do Guaraná Antáctica eram ótimas mesmo. Pizza com guaraná, pipoca com guaraná... até banana com guaraná tinha, você lembra? Mostrava um mocinho lindo de rabo de cavalo na beira da estrada pedindo carona e ninguém dava. Aí ele fazia uma "banana" para as pessoas. Eu achava aquele mocinho lindo de morrer! Daí o tempo passou, passou... hoje esse "mocinho" é conhecido por Rodrigo Santoro! Acho que foi o primeiro trabalho dele na TV. Ai ai... isso me lembra demais a minha 6ª série (...) Agora quero ver se você se lembra dessa musiquinha: "Estrela brasileira no céu azul / Iluminando de norte a sul / Mensagem de amor e paz/ Nasceu Jesus, chegou o Natal / Papai Noel voando a jato pelo céu / trazendo um Natal de felicidade / E um Ano Novo cheio de prosperidade / Varig! Varig! Varig!" Será que é do seu tempo? Eu já estou com idade para admitir que voei de Varig. Vasp e Transbrasil também! Só não voei de Pan Am porque aí já ia ser demais!


[Passei para o Fagner um vídeo do YouTube, um dos inúmeros sobre a programação da TV na década de 80] Vê só essa seqüência de propagandas, de “um sábado à noite de 1987 na Globo”, na hora do Supercine. Um monte de coisas me chamou a atenção nisso:
1) A vinheta do Supercine não mudou desde 1987!
2) Na chamada do Fantástico, uma das reportagens era os cuidados com a proliferação da dengue. Outra coisa que também não mudou.
3) E os musicais do Fantástico? Ivan Lins e João Bosco. Quando que hoje isso acontece?
4) Você se lembra daquela motinho italiana, Vespa? Muito mais charmosinha que essas motos de hoje e já era vista como uma alternativa para fugir do tráfego intenso!
5) Propaganda da Pepsi com Tina Turner e Blitz! Que máximo isso! Adorei!
6) Taffman-E! Chegou a tomar isso? Eu tomei porque via essa propaganda no programa dos Trapalhões, mas nem sabia do que essa bebida se tratava direito. Mas se os Trapalhões recomendavam... Era bom, mas tinha um gostinho de remédio.
7) Essa é pra acabar: propaganda de livro! Tá certo que era um daqueles romances ultra comerciais, mas mesmo assim... LIVRO!

[Fagner] - Nossa, esse vídeo foi longe, hein?
Quando passou esse Supercine eu tinha 4 ou 5 anos... A vinheta não mudou mesmo. É, não mudou nada, ainda há dengue... Ô tempo em que a TV tinha programas que passavam os mestres da MPB... A Vespa é parte da alma italiana! Ainda tomo TaffMan-E, tem gosto de remédio mas tudo bem... Agora, propaganda de livro hoje só se for de auto-ajuda e olhe lá que tranqueira que estarão vendendo. Lembro de uma vez que falaram que fizeram propaganda nos ônibus franceses do livro do Paulo Coelho, o pessoal de lá achou tão deselegante (...) Pior é que eu gostei da propaganda antiga do Toddy... Viu só a latinha, que diferente, nada a ver com a de hoje. Estava mais para lata da manteiga Aviação do que para achocolatado Toddy...E no final quando o cara fala que Toddy é o único, impossível de se copiar... Agora qualquer fabriquinha tá fazendo chocolate em pó... Não igual ao Toddy, mas já quebra o galho...

O mais curioso é que quando éramos crianças, tudo o que nós menos queríamos era ver propagandas, porque aquilo interrompia os nossos programas favoritos. E, no entanto, hoje, ficamos caçando essas mesmas propagandas, cheios de nostalgia. E é bom deixar claro que não ganhamos um centavo sequer para mencionar os produtos que apareceram neste texto! Não nos venderíamos tão barato e nossas saudades não têm preço.


Texto publicado no  Jornal Comarca de Garça 
no dia 23 de setembro de 2010 na Coluna Opinião, página 2.

Veridiana Sganzela Santosé jornalista e membro da APEG.

M I R A N T E - Ditadura e Democracia



MIRANTE - Ditadura e Democracia

Letterio Santoro

A campanha para as eleições gerais de 2010 me ajudou a esclarecer, sem querer, mas providencialmente, episódios de um passado distante. Lá dos idos da década de 60, quando vivíamos, aqui no Brasil, em plena ditadura militar (1964-1985). E como se deu isso? Através de dois livros que me caíram nas mãos durante a campanha eleitoral. O primeiro, um longo depoimento do Deputado Federal José Genoíno a uma jornalista, depois transformado em livro, chama-se "Do sonho ao poder". A obra conta a empolgante, dolorosa, exitosa, frustrante e histórica aventura de um jovem cearense, que descobriu a política, optou por um partido, se opôs à ditadura, acreditando poder derrubá-la através da luta armada, foi guerrilheiro no Araguaia, ajudou a criar o PT, foi deputado, participou da Constituinte, e chegou com Lula ao poder. 
O segundo livro, "Helenira Resende e a guerrilha do Araguaia", pequenino, de bolso, escrito por Bruno Ribeiro, veio completar os capítulos sobre o assunto do livro de Genoíno. Genoíno e Helerina estiveram juntos no Araguaia, acreditando no mesmo sonho, dispostos a lutar com armas contra os militares e seus apoiadores civis, contrários às reformas de base para beneficiar a população brasileira. Ambos os livros me foram emprestados pela companheira Marly Batista, que, a exemplo de Genoíno, de Helenira, e tantos outros companheiros do PT e de alguns partidos, acredita no sonho socialista de todos terem seus direitos fundamentais garantidos, como exige a democracia e a Constituição.
Em ambos os livros, mas principalmente no primeiro, trata-se da terrível luta da cidadania desprotegida contra a ditadura nos anos de chumbo, de silêncio, de censura, de tortura, de repressão, de mentira. Luta que redundou na conquista da democracia graças à prisão e morte de alguns que acreditavam na utopia de viver em liberdade e dignidade. Quem nasceu e viveu em tempos de democracia, não pode imaginar o que seja viver com medo, não poder se manifestar, nem se reunir em público, nem escolher seus governantes para se conformar com a ditadura. E eis que, depois de mortos alguns idealistas como Helenira Resende, depois de aplicada a lei da anistia aos dois lados (militares e civis) da guerra suja, depois de um torneiro mecânico chegar ao cargo de Presidente da República, passados 40 anos, tenho à minha frente como candidatos, uma (Dilma) à Presidência da República, e outro (Genoíno) a Deputado Federal.
Esses dois companheiros do PT foram heróis guerrilheiros contra a ditadura militar. Não teria havido guerrilha no Brasil, se os militares não tivessem tomado o poder legítimo de presidente eleito pelo voto, no fatídico ano de 1964. A dita Revolução deles foi um golpe à democracia. Os dois ex-guerrilheiros anistiados estão hoje, diante de mim, pedindo o meu voto. Mas o voto que eu lhes dou não é às pessoas deles, e sim ao que eles representam de utopia, de liberdade, de desenvolvimento, de alegria para todo o povo brasileiro. Votando neles, estou votando no sonho de Helenira e de tantos, cuja vida foi ceifada em plena juventude pelas metralhadoras da ditadura. Elegendo Dilma Rousseff como Presidente, elegendo José Genoíno como Deputado Federal, estou reconhecendo que não foi em vão o sacrifício de quantos deram a vida pelo bem-estar de todo o povo brasileiro. Ao elegê-los, coroamos de vitória e de glória a luta encetada por aqueles guerrilheiros assassinados pela repressão em plena ditadura.
Não seria, por outro lado, ofender a memória daqueles heróis do passado, cujo sangue foi semente da democracia e da liberdade, escolher hoje homens e mulheres cuja única preocupação é achincalhar a democracia, ser testas de ferro de traficantes, de poderosos, de exploradores, de gozadores dos pobres? Nem como voto de protesto podemos pensar nisso. Quem não lutou e sofreu antes da eleição junto com o povo, não merece representar o povo.

Texto publicado no site Garça Online 
no dia 25 de setembro de 2010 na Coluna Opinião, página 2.


Letterio Santoro, é aposentado, poeta, 
cronista e membro da APEG
Related Posts with Thumbnails