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sábado, 4 de setembro de 2010

Corinthians: secular paixão inacabada - Luiz Maurício Teck de Barros



Corinthians: secular paixão inacabada



Luiz Maurício Teck de Barros


Em mil novecentos e dez muitas pessoas pensavam que o mundo iria acabar, com a passagem do famoso cometa que rasgando o céu apavorava diversos.Esse mesmo mundo ainda não havia conhecido os horrores das grandes guerras mundiais, se bem que a primeira já se avizinhava num horizonte impregnado de nacionalismos exacerbados.

O Brasil vivia a sua ¨primeira grande eleição nacional disputada pra valer¨, com Hermes da Fonseca versus Rui Barbosa dividindo o Brasil, como nunca havia se visto.É nessa conjuntura que um time inglês em excurssão ao Brasil maravilhava a todos com sua fantasia e vitórias fantásticas contra diversas equipes brasileiras.O futebol brasileiro, na então ¨moça¨ República atingindo a maioridade nos seus vinte e um primeiros anos, ainda era um esporte de elite, que seguraria por mais duas décadas o seu amadorismo marrom.

Assim aqueles cinco trabalhadores que a luz de lampião se reuniam para denominarem a nova equipe paulistana a ser fundada, naquele promeiro de setembro , inspirados por aquele futebol inglês, tinham algumas sugestões: ¨Santos Dumont¨, Carlos Gomes¨... mas essas foram vencidas pelo nome do time que assombrava as terras paulistanas com muitos gols: Corinthians.

O Sport Club Corinthians Paulista iniciou sua trajetória enfrentando inúmeras adversalidades, vencendo adversários para ser aceito nas primeiras ligas do esporte e foi construindo seguidores e simpatizantes, também através de suas passeatas pelas ruas da tão diferente São Paulo do início do Século XX.Um time lutador que expressava as características de seu povo e essa raça que exalava de seu estilo formaria diversos ídolos e heróis e ainda, mesmo jogadores esforçados que respeitando a sua camisa se dedicavam à disputa e caiam nas graças da torcida.Essas décadas iniciais moldaram o Corinthians, apresentando o seu primeiro ídolo Neco( com vinte anos de clube e que teria um busto em Parque São Jorge), que chegou as primeiras Seleções Brasileiras.Inúmeros jogadores vestiram sua camisa, desde os sempre votados como maiores de sua História( Rivelino, Sócrates), artilheiros (Cláudio, o maior deles com seus 305 gols, Baltazar, Servílio, Casagrande, etc), atletas com identificação com a fiel torcida pelo seu empenho: Basílio, Biro-Biro, Zé Maria, Vladimir, Ronaldo o goleiro, Wilson Mano, Ezequiel, Idário, Goiano...) grandes armadores ( Luizinho, Zenon, Neto, Rafael, Palhinha, etc).Goleiros fantásticos( Gilmar, Carlos, Leão, Ronaldo, Dida, Cabeção, Tuffy...) , dos maiores zagueiros do mundo em suas épocas( Domingos da Guia , Gamarra), com poucas temporadas no clube, mas com tempo suficiente para definitivamente coloca-los na Seleção Corinthiana de todos os tempos.

As grandes partidas não caberiam nesse espaço, mas tal como um filme que se encerra e logo se apresentam outras sequencias, as três partidas finais do Paulista de 77 contra a Ponte Preta, que acabaram com os 23 anos sem conquistas, e só fizeram a torcida aumentar em esperança, fé e fidelidade; a invasão do Maracanã na semi-final do Nacional de 76 contra o Flu: o maior deslocamento humano em tempo de paz; o Titulo Mundial de 2000; as vitórias- e as derrotas, por que não- contra o seu maior adversário o Palmeiras; a sua campanha da redenção na segundona, revitalizando uma postura.O Corinthians chega ao seu primeiro século emocionante e forte ,com o mesmo ideal e sonho que levou aqueles trabalhadores a fundarem uma equipe de futebol que ajudaria a escrever a História do Futebol Brasileiro.

Texto publicado no Jornal Comarca de Garça 
no dia 1 de setembro de 2010 na Coluna Opinião, página 2.


Luiz Maurício Teck de Barros, é Sociólogo, Técnico em Desenvolvimento 
Social e Membro da APEG

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