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sábado, 4 de setembro de 2010

M I R A N T E - Grandezas e Misérias da Política - Letterio Santoro


M I R A N T E - Grandezas e Misérias da Política

Letterio Santoro

Começo a digitar meu primeiro artigo, pensado especificamente para a internet. Algumas poucas crônicas e poemas meus já se espalham pela rede mundial. Mas foram antes publicados em jornal. Este texto, porém, com formato diferente, será divulgado primeiro na internet. Depois, talvez, em jornal local.

Estou na cidade de Garça, na região Centro-Oeste do Estado de São Paulo, e gostaria de ser lido por pessoas dos cinco continentes. O assunto - Política - interessa a todo cidadão do mundo: da América (onde me situo), da Europa, da Ásia, da África e da Oceania. De diferentes maneiras, é claro, o assunto interessa a todos. Porque ninguém vive em sociedade sem a política.

Li um dia, em boletim da Pastoral da Juventude, um pensamento maravilhoso: "Tudo é política. Mas a política não é tudo". Esta frase, leitor curioso, não lembra a você aquele poema tão conhecido de Bertold Brech, denominado O Analfabeto Político? Em síntese, é analfabeto político, pouco importa se letrado ou ignorante, aquele que separa a política da realidade social. A prostituição, a miséria, a violência, a criança abandonada, a droga existem por causa dos maus políticos. No fundo, o poeta alemão reconhece que "tudo é política". Porque tanto as coisas boas da sociedade, quanto as ruins, dependem da política.

Vou além. Dentro da Doutrina Social da Igreja Católica, há uma afirmação muito ousada do Papa Paulo VI, que vê na política "a extensão da caridade". A palavra "caridade", aqui, não um sinônimo de filantropia, que a gente pode praticar ou não; mas de "amor que move a vontade à busca efetiva do bem de outrem" (Dicionário), que é uma exigência da justiça. Ora, a política está voltada para o bem comum, que é aquele conjunto de condições indispensáveis à boa qualidade de vida para todos os cidadãos. Não seria excelente que todos os brasileiros tivessem moradia, trabalho, segurança, alimento, educação, saúde, esporte, cultura, lazer, dignidade, respeito, liberdade, e todos os direitos de que o cidadão é sujeito, e que estão garantidos na Constituição Federal?

Se a política é tida em tão alto conceito, por que tanta gente aborrece a política? Talvez, porque se confunda a boa política com os maus políticos. Mais ou menos como se a política fosse uma utopia e os políticos fossem a maneira própria de sua concretização. Com isso pretendo dizer que, à medida que aperfeiçoarmos a escolha dos políticos, estaremos nos aproximando mais da concretização da boa política.

E como se dará essa maravilha? Com uma profunda Reforma Política no País. Até agora não se conseguiu essa reforma básica, por mais que todos os candidatos à Presidência a defendam no discurso. Mas não depende apenas do Executivo. Depende também do Congresso Nacional. Se o governo não tiver a maioria, seu projeto vai por água abaixo. E quem escolhe o Presidente, os Deputados e Senadores neste País? Somos nós, os cidadãos brasileiros de 16 anos em diante. Então, no fim das contas, a Reforma Política, da qual dependem todas as outras grandes reformas, depende em muito de nós: de mim, de você e dos eleitores. O milagre na democracia está em nossas mãos. Só que o povo (a soma de todos nós), na democracia, é uma somatória de contradições. Cada qual tem a sua opinião. Ao participar de campanhas eleitorais, descobri que o povo é a maior maravilha de todas as eleições: os que ele aponta serão nossos representantes. Cabe-nos então, enquanto não vem a dita Reforma, escolher os candidatos menos ruins. É uma escolha que nos obriga a conhecer o passado e o presente deles. Lembre-se: "O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam".

Texto publicado no site Garça Online 
no dia 4 de setembro de 2010 na Coluna Opinião, página 2.


Letterio Santoro, é aposentado, poeta, 
cronista e membro da APEG

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